Autópsia
– Amélia Luz
Linguassoltando
o verbo
Aventuro
palavrando...
Palavra-virando
versos
Vou
seguindo, vou criando...
Remexo
a natureza, confesso,
Vasculho
Minas!
Embebedo-me
de minérios,
E
de mistérios!
Subomontanhando
escarpas,
Vôo
endemoniada
Nas
asas do beija-flor.
Quixoteando
guerreiro pelo verde das matas,
Contra
a inconsciência do devastador...
Empunho
a espada de justiceiro
Pagando
as penas do meu tempo:
Motosserram
as florestas de minas!
Soletro
devagar a palavra MORTE!
Cadê
o verde das florestas?
Tudo
vai ver dessumindo,
Morre
a fauna e as aguas choram...
Ouço
os ruídos do progresso!
Fumaças
chaminezadas vão
Subindo
criminosas, intoxicando.
Tenho
medo... Tenho medo...
O
fogo, o jogo, o lucro fácil,
Colhemos
os frutos da destruição.
Famigerados
motosseraram a vida!!!
Somente
o livro na mão da criança
Poderá
salvar a terra, conscientização!
Há
um grito no coração do menino,
Que
poeta, não perdeu o tino!
Pálida
a última borboleta passa arfando,
Belíssimo poema chamando a atenção das devassas do homem que destrói o seu próprio "habitat". Até as borboletas passam arfando, já sem fôlego pelo fogo das florestas. Será que o menino que lê e sabe, ainda vai a tempo de emendar o mundo para ter um futuro certo? Ficamos torcendo, pedindo a Deus pelo futuro de nossos filhos, netos e bisnetos, por todos os vindouros, porque têm direito a um mundo melhor.
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