Temporalidade
– Amélia Luz
Escolho
o papel
A
inspiração e a tinta,
Escolho
a palavra
Que
minh’alma lavra
E
pinço as cores do arco-íris...
Sou
o abraço do nadador
A
vazar ondas em alto mar.
Escolho
o tempo e o mistério
A
vida e o pensamento...
Rumino
o verso-incenso
Jogando
a lança dourada
Em
busca do homem de branco
Que
me dará de beber
Da
fonte de água pura...
E
a paz que perdura,
Levar-me-á
embora
Na
hora sublime do meu silêncio...
Andarilho,
transito em terras estranhas,
Esperando
o dia do embarque.
Uma
parte de mim dissolve-se
Na
multidão que passa apressada.
A
outra, isola-se no recanto do jardim,
Questionando
o porquê das curvas da estrada,
Dos
espinhos traiçoeiros e das farpas da dor...
A
alma livre, com arte se reparte,
No
esconderijo sagrado
Reservado
para os deuses...
E
o poeta revela-se, andando sobre as águas.
E
seu corpo em quietude,
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