Minha Cidade

Pirapitinga, terra do peixe branco.
Amélia Luz


Meu nome é tupi guarani
Já fui parte de capitania
Fui colônia de Portugal
Educada por jesuítas e
Pelo Marquês de Pombal...
Fui aldeia indígena
Os brancos aqui chegaram
Nos caminhos da fé,
Eles ergueram assim a capela Sant’ Anna.
No começo eram ranchos de sapé
A aldeia, o povoado, a freguesia...
Pertenci a Além Paraíba
Tive trem de ferro recebi o Imperador
Para aqui vieram os negros escravos
Para a cultura do café.
Muitos imigrantes aqui chegaram
Trabalharam ajudando-me a crescer.
Assim prosperei na agricultura
No comércio em atividades em geral.
Conquistei minha liberdade
Na identidade de município.
Certo dia em frente à igreja
Traçaram o esboço de uma praça
A Praça Coronel Ferraz, político influente.
No chão de terra batida plantaram
As primeiras árvores ergueram o chafariz.
Lá a meninada jogava bola de meia
Bolinhas de gude e fazia muitas travessuras.
O tempo passou embelezaram
A minha praça, nossa sala de visitas.
Mudaram-na de nome em homenagem à padroeira
Denominaram-na Praça Sant’Anna...
Traçaram os seus canteiros
Fizeram um belo coreto em hexágono,
Encheram-na de flores variadas...
A Rainha da Noite era a mais
Perfumada nas noites de verão.
Naquele tempo havia o SAMPIL
As moças e rapazes ali se reuniam
Para ouvirem músicas dedicadas,
Esperar a sessão do cinema
Do Zé Jardim dando as famosas voltinhas!
A modernidade avançou o coreto mudou,
Ela continuava reconhecida e com muito valor...
As retretas da 2 de Fevereiro e da 27 de Março
Eram animadas e com público numeroso
Que armava torcidas imbatíveis.
Uma banda de lá, outra de cá disputando o
Repertório variado e qualificado com músicos
Dedicados que deixaram marcas...
Embora muitas coisas mudaram, eu como cidade,
Tinha na praça o meu recanto predileto.
As comadres conversavam, crianças brincavam,
Os amigos se encontravam em harmonia sem igual.
Todos que por mim passavam gostavam de sentar
Nos bancos da minha sala de visitas, tirar fotos,
Para os álbuns de família, guardar de mim recordações....
Como cidade, dona dessa praça histórica,
Peço a união de todos para a sua preservação.
Ela continua desarborizada, vítima do machado
Inconsequente de mãos destruidoras
Em desarmonia com o entorno e com
A nossa igreja que já fez o centenário!!!
Então, as autoridades que me ouçam.
Tenho um pedido a fazer sem agressão
Ou maldade,  preservem a originalidade
Da minha praça para que eu, Pirapitinga cidade,
Não tenha outro rosto que não este melhor a mostrar.
Acostumamos, eu e meu povo a amá-la e respeitá-la.
Sou uma terra, como diz o meu lema:
Progressista, Gentil e Altaneira,
Não deixem desta maneira,
Destruírem os meus marcos de cultura...
Preciso sim que as autoridades cuidem de mim
Tão esquecida estou, perdendo as minhas raízes,
Com o meu Centro Cultural fechado,
Com a Casa de Cultura e Biblioteca Municipal
De portas cerradas aos visitantes e estudantes.
Muita gente ficará satisfeita e celebrará
Com alegria esta decisão de bom senso
Se o Poder Municipal resolver conservar-me
E bem cuidada, preservada e zelada.
Com SAÚDE, EDUCAÇÂO E CULTURA,
De primeira qualidade como assim mereço
E todos os meus filhos amados.
EU SOU O POVO, DO POVO E PARA O POVO!

Assinado: Município de Pirapetinga/MG




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