domingo, 13 de agosto de 2017



 P'RA DIZER QUE NÃO FALEI DA NARA 


P’RA  DIZER  QUE  NÃO  FALEI  DA  NARA

Amélia Luz – Pirapetinga
Minas Gerais

Falar da Nara, musa-protesto,
Cara a cara com o Brasil Revolução!
Falar da Nara, delicada, reservada,
Ou da Nara Tropicalista do divã do analista!
Falar da sua arte musical
Um verdadeiro festival consagrado...
Um grupo de amigos parceiros,
Um mesmo passo no mesmo laço,
Num só compasso, afinado no mesmo diapasão!
Um canto qualquer escolhido,
De um apê com endereço em Copa
Com vista para o mar azul.
Um drinque, um piano, um violão,
Assim, brotava a canção sem malícia,
Na pura emoção bossanovista...
Enquanto isso, tambores em marcha,
Violentavam em tempos de chumbo.
A ditadura cruel, o medo, a repressão!
“Caminhando e cantando”, seguia amordaçada,
Provando do cálice amargo do fel,
Proibição ideológica do regime militar!
Nara declara em seu recado desafinado
Poderoso discurso social disfarçado,
Composto por profunda inspiração,
Entre partituras, fuzis e escalas:
Seu “Canto Livre”, “Pedindo Passagem”,
Numa ensolarada “Manhã de Liberdade”,
Brada em poesia - DEMOCRACIA -
Ao sopro do “Vento de Maio”
Que vem assanhar os seus pensamentos.
A mão sensível de Nara o verso apara,
Num ritmo estranho, transverso,
Num jeito descontraído dos anos de ouro,
Que perpetua a sua imagem, rico tesouro!

E Vandré com a viola mágica que seduzia
Comandava emoções, entusiasmando a multidão:

“Com a certeza na frente, a história na mão,
 Aprendendo e ensinando uma nova lição,

 Somos todos iguais, somos todos irmãos!”

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