quarta-feira, 21 de junho de 2017

“Quintana de Cantares e Quintanares’...

“Quintana de Cantares e Quintanares’...

E o “Aprendiz de Feiticeiro” segue encantado,
Imolando com fé, as palavras que lapida,
Calçando os “Sapatos Floridos”
Transfigurando-se no “Espelho Mágico”
Soletrando alegre suas “Canções”,
Pela “Rua dos Cataventos”
Cujo vento, de tão forte e misterioso,
Soprando “Inéditos e Esparços”,
Vai levando seus “80 Anos de Poesia”... 
Pela “Porta Giratória da magia,
“Baú de Espantos”, “Batalhão de Letras” indefesas!
Mala pronta, “Preparativos de Viagem”
Na “Cor Indivisível” da tua alma solta,
Num curioso “Velório sem Defunto”...
Porque vivo permaneces entre nós,
Risonho no “Esconderijo do Tempo”
Apontando horizontes com o teu “Nariz de Vidro”!
Enquanto isso, teus versos dormem fantasias,

Cúmplices da vida e da liberdade!


“SOIS TOUJOURS POÈTE, MEME EM PROSE”

“SOIS TOUJOURS POÈTE, MEME EM PROSE”

Amélia Luz

Pseudônimo: AMELIÈ POULAN

Mal-me-quer
Bem-me-quer
Flores do mal
 Em jarra de cristal
Sobre a velha cômoda
Perfumando sonhos espraiados.
Possessões e obsessões
Na agonia da dor
De um amor perdido
Lembrando a alcova
Da inocente mocidade
Em noite escura
De abismos misteriosos
E incompreensíveis separações.
Paraíso perdido
Na queda do homem mortal
Corruptível e fraco
O amor e a morte
O tempo e o eterno
O espírito e a matéria
O exílio e o tédio enovelados.
Os olhos de Zeus atentos
A observar o barqueiro Caronte
Transportando no Estige
As almas dos mortos banais
Sem nunca cansar os braços
Manejando remos sobre águas turvas.
Da agonia romântica
À floração poética madura
Vidas gerando vidas, morte à espeita,
Masmorras no limiar de tragédias tantas.
A  “tabes dorsalis” a corroer o homem nas entranhas
No silêncio soluçante como o de um pária.
E não houve mais caminho de retorno

Só de caminhada adiante, sempre adiante.