segunda-feira, 23 de novembro de 2015

nem
joio
nem
trigo
humano
apenas

guardei
aquele
sol
na
algideira
Caatinga

mala
pronta
estrada
aberta
poesia
certa


insanidade
caixa
de
memoria
vazia
Alzheimer

perco-me
quando
te
acho
estranha
simbiose

tudo
que
faço
penduro
na
consciência


presa
na
arataca
clamava
por
tupã

manhã
sem
sol
linha
sem
anzol


na
drogaria
procuro
remédio
para
dor-de-cotovelo

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

DANÇA COM TEMPO


Amanheci em alegre alvorada
Cantei cirandas de roda
Pulei amarelinha
Fui bruxa, fada e rainha...
Acordei assustada ao meio do dia!
Sorvi da taça da solidão
Bebi o fel da razão
Girei mundos profundos
Teci momentos de dor
Nas luas de março
Onde contava meus janeiros,
Descobrindo assim, a maturidade!
Hoje, crepúsculo sou, fixa na mesma janela...
Não percebi o tempo-punhal, fatal,
Que sorrateiro, me levava!





DUELO


O homem duela
com o seu mundo interior
travando batalhas sangrentas.
Duela com o cosmos
com o uno, com o complexo
com o momento passageiro
ou com o eterno inexplicável
diante da sua insignificância...
Ser e Estar debatem-se
em conflitos e turbulências...
Eu fui alguma coisa que se perdeu
inesperadamente dentro de mim
dando-me a condição de Estar.
Avalio-me, sinto-me ameaçado,
nas novas crenças e propósitos.
Encolho os ombros, abro-me para a vida,
sou lobo ou cordeiro, anjo ou feiticeiro,
folha minúscula ou árvore frondosa
entre podas e ramagens viçosas...
A mudança faz parte do Ser
que é movimento multifacetado
de influências e riscos diversos.
Eu duelo se Estou, grito, cresço, manifesto...
Martelo o Sou, calo-me na concha
solitário,  metamorfoseando-me...
Saio para a caçada jovem, Estando,
- sou o avatar de mim mesmo –
volto velho e enxovalhado, sobretudo Sendo...
Ninguém é totalmente “o sou” intocável,
sempre caça, luta e aprende.
Estando duvida e questiona
perdido em lucidez e enganos incontáveis...
Mas modifica-se nas suas relutâncias,
até o minuto que antecede a sua morte.
Porque também a morte, o que é afinal?
É passagem, é passagem,
É mudança para o desconhecido!!!



segunda-feira, 28 de setembro de 2015

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

ENTREVISTA

SELMO VASCONCELLOS – Quais as suas outras atividades, além de escrever?


AMÉLIA LUZ  – Hoje, aposentada dedico-me a cuidar da família, sobretudo minha mãe, 95 anos, vítima de Alzheimer há dez anos. É um bebê que precisa de todos os meus cuidados. Sou a única cuidadora: missão de Deus.

Depois, a leitura, a pesquisa, o comprometimento diário com a Literatura. Gosto de viajar, assistir a bons filmes e visitar ambientes culturais.


SELMO VASCONCELLOS – Como surgiu seu interesse literário?


AMÉLIA LUZ – Desde criança tinha atração pelas letras. Depois a Escola Primária veio despertar ainda mais esse interesse. Era míope e pouco ligada a brincadeiras com a turma. Tinha um vizinho, Sr. Aurélio Tomasco, Coletor Estadual de Minas Gerais que tinha um bom acervo literário.

Era tudo que eu precisava. Ali encontrava um mundo ao alcance dos meus olhos. Da leitura posso dizer eu me fiz pessoa!


SELMO VASCONCELLOS – Quantos e quais os seus livros publicados?


AMÉLIA LUZ - Tenho um livro de poesias publicado ” Pousos e Decolagens”. Prefiro publicar em antologias que eu creio estar perto de mais de uma centena de publicações. Assim, eu trago e divulgo muitos escritores e eles também levam os meus trabalhos para lugares distantes e me divulgam.

Sempre sou surpreendida por uma observação de alguém que leu o meu trabalho.

Faço amigos, participo de lançamentos e me farto de alegrias nesse saudável ambiente onde aprendo muito. Tenho publicações em vários estados do Brasil, Portugal, Espanha, Itália, França e este anos terei em Angola, Bélgica e no Chile.


SELMO VASCONCELLOS – Qual (is) o(s) impacto(s) que propicia(m) atmosfera(s) capaz(es) de produzir poesias?


AMÉLIA LUZ – Uma imagem, um som, um pensamento, uma lembrança, uma pa-la-vra!!! A palavra é mágica e desencadeia emoções que me levam a produzir o texto. Um caderninho de anotações, uma perdida folhinha de papel, um guardanapo ou quem sabe até mesmo o notebook. Assim apanho os versos na palma das mãos.

O silêncio da noite me comove e me deixa em “estado de graça poética”.

Puxo o fio de Ariadne… Quem sou??? Nem sei!!! Perdi-me dentro de mim para encontrar a poesia. É indescritível viver isso com tamanha intensidade. Tudo vem de dentro para fora em jactância.


SELMO VASCONCELLOS – Quais os escritores que você admira?


AMÉLIA LUZ - Como citá-los se são tantos??? Deixo então o meu Mestre Maior o João Guimarães Rosa e também o meu poeta conterrâneo, mineiro que enxerga por cima das montanhas, Carlos Drummond de Andrade.


SELMO VASCONCELLOS – Qual mensagem de incentivo você daria para os novos poetas?


AMÉLIA LUZ - O verdadeiro poeta não precisa de incentivo. A poesia por si mesmo irá incentivá-lo! Depois que tomar verdadeiramente o caminho dos versos já não haverá retorno. Embriagado de metáforas seguirá cambaleante em busca do reino encantado onde vivem os poetas. A leitura é a fonte de água viva que precisará sempre.

Entrevista realizada  :::::::::::::     

terça-feira, 25 de agosto de 2015

BOBO ALEGRE 

O poeta viu o palhaço
mas não viu a alegria...
O poeta viu o palhaço
mas não viu a fantasia...
O poeta ouviu a gargalhada
estridente a sair embargada
da garganta do bobo alegre
que disfarçando chorava...
O poeta viu o palhaço
viu seu rosto mascarado
suas roupas enfeitadas
seus sentimentos sufocados
seus olhos de sofrimento
nas cores ultrajadas
da sua imagem tão frágil...
Imagem que ia além
das luzes do palco!
 O poeta, na verdade,
não viu o palhaço,

viu o homem!

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

UBE
União Brasileira dos Escritores - RJ
Posse Membro Correspondente da UBE – RJ

19 de agosto de 2015
















terça-feira, 14 de julho de 2015

Patrimônio Universal
Amélia Luz.

Tudo pelo poder do dinheiro!
A aposta, o prêmio, a loto,
a conquista , a (in)justiça social
ou o pão nosso de cada dia.
A aposta, o prêmio, a loto,
 ou o fiel bilhete de jogo de bicho!
Cheques, ordens de pagamento,
bancos, clientes de ouro ou de lata.
Notas, moedas, documentos, letras...
Enfrentam-se filas, sorrindo,
se o alvo for o certeiro dinheiro!
Pagar, emprestar, render, poupar,
sonegar, enganar o leão
ou sair pela contramão, investindo, gastando
ou até mesmo rasgando dinheiro.
Vive-se dele e por ele. Que agonia!!!
Ser consumista ou ser pão-duro eis a questão!
Assinamos ponto, batemos cartão todo dia,
pelo pagamento, pelo dinheiro!
Simpático, cobiçado, centro de discussões e debates,
por ele torres-gêmeas esfarelam
países são bombardeados
impérios são discutidos em ioruba, javanês, chinês
falando-se sempre a mesma língua ianque,
“MONEY...MONEY...MONEY” !
A suposta felicidade vem com ele,
enterrado no quintal, no baú de tesouros,
no pé de meia ou debaixo do colchão.
A transitoriedade do homem e a durabilidade do dinheiro
na história da humanidade atravessando os séculos...
Os novos valores, os massacres, as guerras,
o mundo em ordinal: países de primeiro, segundo,
terceiro, quarto, quinto mundo, etc. e tal...
Emergente, sobrevivente,
no comando desse espetáculo global,

ELE, o dinheiro, patrimônio universal.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

AMÉLIA MARCIONILA RAPOSO DA LUZ


Amélia Marcionila Raposo da Luz nasceu em 30 de março de 1945 em Pirapetinga, Zona da Mata, Minas Gerais. Filha de Luíza Raposo da Luz e Odilon Mendes da Luz teve dois filhos, Fábio, falecido e a advogada Wilmary que trabalha na área jurídica do Estado do Rio de Janeiro. Da família do pai herdou a sensibilidade. Todos eles eram instrumentistas, dedicados à música. Desde muito cedo mostrou interesse pelas letras, dedicando-se aos estudos e destacando-se sempre na escola com suas produções de textos.



É formada em Pedagogia, Administração Escolar e Magistério, Orientação Educacional e Pós graduação em Psicopedagogia na Escola, pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Prof. Nair fortes Abu Mehry – Além Paraíba/MG. Concluiu Pós graduação em Planejamento Educacional pela Universo – Faculdade   Salgado de Oliveira, Niterói/Rj. Formou-se também em Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa e Literatura pelo Colégio de Pádua, Santo Antônio de Pádua/RJ.



Foi professora da SEE do Estado do Rio de Janeiro aposentando-se com trinta anos de profissão e professora da SEE do Estado de Minas Gerais, aposentando-se com vinte e cinco anos de regência de turma. Ministrando a Língua Portuguesa adquiriu intimidade com os textos fazendo da sala de aula sua fonte de experiências. Descobriu o valor da língua pátria na profissão que com dedicação e respeito exerceu.



Fundou ao lado de amigos o Centro Cultural de Pirapetinga sempre se dedicando às suas atividades. Participa de projetos e eventos culturais da Casa de Cultura Geralda Bifano Jubileu, ambos em sua terra natal, dedicando-se com especial interesse às suas raízes culturais.
É Membro Efetivo da APLAC – Academia Paduana de Letras Artes e Ciências – Santo Antônio de Pádua/RJ, Membro Correspondente da ACL – Academia Cachoeirense de Letras – Cachoeiro de Itapemirim/ES, Membro Correspondente da Academia Rio Cidade Maravilhosa – Rio de Janeiro, Membro Correspondente da Academia friburguense de Letras – Nova Friburgo/RJ, Membro correspondente da Academia Brasileira de Poesia – Casa de Raul de Leoni – Petrópolis/RJ, Membro Correspondente da Academia Ferroviarista de letras – Rio de Janeiro/RJ, Decana e Delegada Regional do Clube dos Escritores de Piracicaba/SP, Delegada da UBT em Pirapetinga/MG, Membro da Fundação del’Secchi – Vassouras/RJ, Membro Correspondente da ALB-Mariana/MG, Embaixadora do Círculo Universal dos Embaixadores da Paz – Suisse/France, Membro Efetivo do InBrasCI – Instituto brasileiro das Culturas Internacionais/Mariana/MG e está em processo de ligação com a REBRA – Rede de Escritores Brasileiros.



Foi contemplada pela Prefeitura Municipal de Pirapetinga com a Comenda Ana Luíza de Assis Silveira e condecorada com a Medalha Peixe Branco, recebendo do Centro Cultural de Pirapetinga - Patrono Antônio Jubileu, o Certificado de Agente Cultural. Recebeu da Câmara de Vereadores de Santo Antônio de Pádua Moção de Aplauso pelos serviços prestados à educação no município.
Participa de concursos literários em vários estados do Brasil e exterior, sendo premiada em todas as categorias literárias. Recebeu diversas medalhas, troféus, condecorações, certificados e diplomas pelas classificações obtidas nos referidos concursos. Acumula premiações e publicações em várias antologias literárias, e-books, anuário de escritores, agendas literárias e periódicos. É colunista do Jornal Papiro, coluna poética Ecos de Minas, Santos/SP. Tem publicado um livro solo de poesias “Pousos e Decolagens. Prefere suas publicações em antologias por conhecer e divulgar outros autores nos seus rastros literários.
Foi premiada na X e XI Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro e na XVII Bienal Internacional do Livro de São Paulo recebendo diplomas e publicações de textos de sua autoria. Foi classificada pelo Festival de Poesia Falada de Campos dos Goytacazes/RJ com lançamento na XIII Bienal Internacional do Livro do Rio de janeiro, pela Fundação Jornalista Oswaldo Lima.



A Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias concedeu-lhe por duas vezes Medalha de Ouro e publicação de textos de sua autoria na revista Acadêmica Brasília – Rio de Janeiro. Foi classificada como finalista na APPERJ – Associação dos Poetas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, interpretando seu poema no auditório Machado de Assis na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Participou também da Antologia “Vozes na Paisagem” – Editora Galo Branco com lançamento na Academia Brasileira de Letras/2011/Rio de Janeiro/RJ e da Antologia Lumens recebendo a Medalha Lumens/2011/ em Mariana/MG.
Classificada pela ABRACI, interpretou texto de sua autoria, sendo premiada em cerimônia na Academia Brasileira de Letras, auditório Machado de Assis no Petit Trianon do Rio de Janeiro.



Participou do IV, V, VI e VII- Belô Poético realização Rogério Salgado em Belo Horizonte/MG sendo publicada como co-autora em Poetas EM/CENA 2, 3, 4 e 5. Publicada na Antologia Del’Secchi de 2006 a 2009. Foi publicada pelo Centro de Estudos Poéticos de Madrid/Espanha, participa da II, III e IV Antologias de Poetas Lusófonos de Leiria/Portugal. Pela Accademia Il Convívio, no Concurso de Poesia, Prosa e Arte Figurativa recebeu “Segnalazione di Mérito” com publicação em duas antologias, recebeu segundo lugar no Prêmio Fra Urbano Della Motta, com o tema Natal, recebendo publicação de seu texto em antologia, recebeu classificação – Terza Classificata – no Premio “Poesia, prosa e Arti figurative – Il Convivio 2011 e Primo Premio Assoluto em Poesia em Português em outubro de 2012 -  Castiglione di Sicília/Itália. “La Lanterna Bianca” concedeu-lhe a classificação de Finalista no Concorso di Diari – XeXI Ediziones – Motta Camastra/2011/2012, recebeu o Premio Letterario Internazionale – Nova Sociale - “Nocera Poesia” Sétima Edizione-2010 – Salerno/Itália,  e outros que fazem parte do seu acervo.


Mineira extremada dedica sua obra à sua mineiridade. Teve o privilégio de nascer em Minas enaltecendo com muitos dos seus textos a sua terra que tanto ama e reverencia. Com delicadeza de sentimentos vai tecendo a sua vida na sua oficina de versos, onde encontra significado para prosseguir sempre nos caminhos da vida.